Segue abaixo os modelos de roteiro e sinopse enviados pelo Álvaro da UCS. Usem como base para escrever os roteiros de vocês. abraços
SINOPSE ESTENDIDA
O massacre no Hungerberg
Certa
manhã, a cervejaria Imperial tinha programada uma entrega no armazém dos
Hungerstein, no alto do Morro da Fome (Hungerberg).
Os
Hungerstein, que abriram o entreposto poucos meses antes, não eram simpáticos.
Muito menos, amistosos. Mas, ao contrário da antipatia, tinham muito dinheiro e
pertenciam a uma seita desconhecida: seus ídolos eram galinhas pretas, coelhos
marrons e bezerros amarelos, contavam os vizinhos mais próximos. Nas
festividades, comiam muita morcilha vermelha e bebiam cerveja quente. Eram
compradores fixos das cervejarias da Linha Imperial, as mais próximas do
entreposto dos Murdock. Todas as semanas, cargas de oito a dez dúzias eram
entregues a eles.
Naquele
dia, os entregadores da Cervejaria Imperial iriam cumprir mais uma tarefa de
rotina. Porém, corria a notícia de que uma tropa de soldados maragatos estava
por aqui. Sabe-se que a Guerra entre os defensores do Império (chimangos) e os
rebeldes (maragatos) tinha provocado muita desordem em todos os recantos do
Estado. E que os maragatos, especialmente, eram os mais agressivos porque o
grupo não tinha muito lastro para sustentar seus homens. Por isso eles
assaltavam as propriedades por onde passavam para reorganizar o almoxarifado de
seu exército.
Os
entregadores da Cervejaria Imperial estavam prontos. As mulas com os balaios
bem cheios, malas de garupa com a alimentação dos entregadores... e a notícia
dos maragatos! Apesar do medo, a dupla vai em frente.
Nada
acontece nos três primeiros quilômetros de viagem. Sentaram para comer uma
fruta. O mais alto olha para o lado e se assusta: vê um objeto estranho...
Aponta e chama seu colega. Na hora os dois juntam as rédeas das mulas e saem
correndo daquele lugar.
Andam
mais alguns quilômetros sem nenhuma novidade até que ouvem o primeiro estouro.
Longe, mas deixa os dois com medo, que param para fazer a refeição adiada.
Amarram
as mulas, sentam-se à beira do caminho e começam a comer, tentando buscar a
calma. Começam a conversar quando o entregador mais franzino fixa seu olhar
numa direção. Fica atônito: ele chama o companheiro de trabalho, aponta e os
dois saem em disparada: viram um vulto na mata.
Na
saída, outro susto: os entregadores são abordados por um grupo de maragatos.
Pronto, pensaram os dois... foi-se a carga. E como vamos prestar conta ao
patrão?...
E
começou a festa maragata.
Consomem
várias garrafas. Quando já estavam em estado de alegria alcoólica acima do
normal, um deles começa a limpar sua carabina.
Os
entregadores olham a cena. Trocam olhares entre eles. Voltam a ver o maragato
limpando a arma... conversam entre si: chegou a nossa hora. Nem vamos voltar
para casa.
O
maragato montou a carabina, sempre olhando para os dois. Pediu mais uma cerveja
e foi imediatamente atendido. Bebeu alguns goles, sempre olhando para os
entregadores. Aponta a arma para a dupla e em em seguida, olha para seu pé. Vê
uma formiga bem grande andando no dedão do pé e não tem dúvida: aponta a
carabina e puxa o gatilho.
Os
entregadores correm e se escondem numa trincheira. Os maragatos saem ao encalço
da dupla.
Depois
de algum tempo de silêncio, a dupla olha sobre a trincheira e não vê ninguém.
Olham-se, resolvem fugir. Porém, um maragato está pronto para atacar com uma
adaga.
Acerta
a perna de um deles. Entram em luta para evitar o assassinato.
O
outro entregador agarra o lenço do maragato e puxa até enforcar.
Ao
fim, os entregadores se entreolham, decidem cobrar a conta da cerveja. Pega a
arma e a engatilha.
Os
entregadores se abaixam, assustados, para se defender. Abraçados e agachados, ouvem uma voz grave:
Não se apavorem, esse maragato é louco mesmo! Façam a conta de quantas garrafas
nós bebemos!
Os
entregadores, rapidamente, apresentaram a conta, o chefe do bando pagou-os e
levou seu grupo para a estrada.
Aliviada,
a dupla começara a juntar as garrafas de cerveja espalhadas pelo local, arruma
os balaios e voltam para fábrica com a sensação do dever cumprido.
ROTEIRO LITERÁRIO
Massacre no Hungerberger – Roteiro literário
Cena 1
Imagens de uma localidade, com casas distantes uma das
outras e muito verde/roça/pasto entre elas (Pinhal ou Treze Colônias, vistas do
alto)
Casa antiga, com porão. Pela porta semi-aberta
percebem-se as tinas de conservação de bebidas, caixas de garrafas alguns outros objetos de trabalho. Na frente
da casa, uma carroça e uma junta de mulas pronta, com os balaios no lombo.
Dois jovens entram em cena, passam por trás da carroça e
entram no porão. Dentro do porão, ele conversam, enquanto pegam as caixas de
cerveja para entregar:
Jovem 1
Hoje a entrega é para o bulicho dos Hungerstein, lá no
Hungerberger. É exatamente lá que os maragatos vão chegar, como estão falando
aqui na Linha Imperial. E tão falando que estes maragatos vem para acabar com a
vila. Vão roubar comida, bebida e depois matar todo mundo na forca!
Jovem 2
Quer dizer que vamos ter uma
entrega muito emocionante! Vamos ter que encarar as carrancas dos Hungerstein e
enfrentar os maragatos. Tchê... vai ser a entrega.
Cena 2
Na área externa, os jovens
colocam as caixas de cerveja nos balaios. São observados de longe por uma
pessoa envolta numa túnica preta e com capuz da Ku Klux Klan. Eles acabam de
arrumar as caixas. Voltam para dentro do porão.
Cena 3
Jovens dentro do porão,
conversam.
Jovem 1
Tô com a sensação de que esta
entrega não será apenas uma aventura. Será muito mais que isso.
Jovem 2
Que que é.. tá se borrando só
porque tão falando que os maragatos vão chegar??? Ou tu tá com medo dos caretas
dos Hugerstein!
Jovem 1
Que nada.. Só pressentimento.
Ou você não percebeu que tinha alguém vigiando a gente lá fora!
Jovem 2
Quê???? Larga mão. Não tem
ninguém aqui. Nem o dono da cervejaria está em casa. Vai lá cagão: pega as
caixas que faltam e vamos trabalhar!
Cena 4
Lateral da casa, enquadrando a junta de mula. Os dois
saem do porão com as caixas nas mãos, arrumam a carga nas mulas e partem para a
entrega. No fundo, a pessoa de túnica, em boa distância, olha a cena. Jovens
andam e um deles fala.
Jovem 2
Vamos cagão!. Acha que tem
gente nos seguindo... que nada. Tá é com medo das caretas dos Hungerstein...
Vai cagão! Vai cagão....
Cena 5
Na estrada passam as mulas,
conduzidas pelos jovens. Cada um a sua. Param em seguida.
Os jovens pegam uma garrafa
de água e umas frutas. Parada para o lanche. Sentam-se o lado dos animais. O
jovem 1 não para de mexer a cabeça para os lados. Procura alguma coisa ao
redor, desconfiado. Jovem 2, sentado e acabando de tomar um gole de água, puxa
conversa.
Jovem 2
Parece que tá com medo o
cagão... Não tem ninguém aqui. Só as mulas, as cervejas e a gente. Para de
ficar olhando desesperado para os lados. Come logo e vamos seguir, pois tem
muito caminho pela frente. São observados de longe
Jovem 1
Tá pensando que estou todo
cagado para entregar essa cerveja só porque tem maragato no caminho... que
nada. Olha o que vou fazer com os maragatos: Aqui ó!!! (faz uma banana de
braço)
Jovem 2
Quero ver se você tem coragem
de dar essa banana mesmo. Tu é um cagão mesmo... quero ver.
Cena 6
Casa dos Hungerstein. Quatro
pessoas trabalham na frente da casa. Carrancudos.
De repente chegam quatro
maragatos em seus cavalos. Param na frente da casa. Três apeiam. O chefe, ainda
montado, fala. Logo depois que acaba de falar, os Hungerstein, assustados,
correm para dentro de casa. Entram também os três maragatos. Fica só o chefe no
cavalo no pátio da casa. O observador vê tudo de longe.
Maragato chefe
É aqui que é o Morro da Fome?
Podem pegar toda a comida e a bebida que está guardada porque nós vamos levar
para nossa turma. E corre com isso. Não temos muito tempo porque a guerra nos
espera!
Cena 7
Família e maragatos chefiados
saem da casa com os sacos cheios de comida e caixas de bebida e veem a cena do
chefe caído no chão, ao lado do cavalo, com um corte profundo no pescoço.
Deixam as coisas no chão e se juntam. Os maragatos vão ver o que aconteceu com
o chefe e se voltam para a família. Surgem os entregadores de cerveja, com suas
mulas. O observador aparece esondido. Os entregadores conversam e são agarrados
pelos maragatos. Começam a lutar. Se jogam no chão. A família agarra os outros
maragatos. Também começam a lutar. Está montado o ringue! Sempre sendo
observados.
Jovem 1
Não te disse que tinha o
pressentimento de que esta entrega ia ser bem diferente? Olha só... tá
confirmado. E tô com medo!
Jovem 2
Tá aí... tá cagado! Cadê a
banana dos maragatos?
Cena 8
Maragatos dominam a cena.
Colocam a família e os entregadores acossados na parede da casa.
Maragato 1 fala ao grupo e
sai. São observados.
Maragato 1
Vocês tentaram nos prender
mas ganhamos esta parada. Carreguem os sacos em nossos cavalos e o que tem nos
balaios das mulas?
Jovem 2
Cerveja. Da Cervejaria
Imperial. É daqui e é muito boa!
Maragato 2
Cerveja!!! é isso que a gente
quer! Vamos camarada, vamos tomar esta cerveja. Antes que a gente fique muito
mais brava por causa da morte do chefe!
Maragato 3
Toma a cerveja! E quem é que
matou nosso chefe. Digam senão...
Jovem
1
Senão...
ó.....
Cena
9
Começa
a briga de novo. O Maragato 1 está ao lado da mula, pegando uma cerveja. Continuam
sendo observados de longe. Maragato 1 pega a cerveja, mas é agarrado pelo
pescoço e cai. Maragato 1 no chão, com o pescoço ferido. A briga é interrompida
e todos vão ao redor do Maragato caído no chão. Voltam a brigar. O maragato 2
sai de quadro para pegar mais uma cerveja. Chega nas mulas, pega a garrafa,
abre e volta para a briga. A briga continua, mas o maragato 3, agarrado com
alguém, ergue-se e fala. Depois, com as armas apontadas para a família e
entregadores, Maragato 2 paga a cerveja, montam seus cavalos e partem em
disparada.
Maragato
3
Camarada,
a coisa vai piorar. Estamos em minoria e a coragem, agora, é fugir! Paga a
cerveja e vamos embora.
Cena
10
Jovem
1, que recebeu o dinheiro, vira-se para a família e seu companheiro de
trabalho. Jovens arrumam as mulas e partem pela estrada. Sempre
observados. Jovens na estrada, semblantes assustados, andando devagar e olhando
para todos os lados. De repente, um deles aponta o dedo para a frente e comenta
algo: eram os maragatos mortos no caminho. Continuvam a ser observados.
Jovem
1
Tu
queria aventura e teve. Agora, vamos deixar a família em paz e vamos para a
cervejaria. Pelo menos não tivemos prejuízo.
Jovem
2
Olha
isso!!!!
BOM TRABALHO
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